Assisti a um documentário sobre um arquiteto mexicano chamado Parras e uma casa que ele projetou há muitos anos para um diretor de cinema. Atualmente a filha do cineasta reside lá. A casa é uma espécie de fortaleza de pedras, com jardins cheios de pequenos e íntimos recantos. Imensos janelões deixam entrar luz em abundância, trazendo para dentro dos quartos e salas a vegetação dos jardins. A decoração interna, leve e de bom gosto, foi feita inteira com detalhes usando azulejos reunidos nos escombros de conventos centenários. Perguntada como ela se relaciona com a casa, disse que a cozinha é na verdade o coração daquele lar. Ela mora lá sozinha e, sempre que está viajando, quando pensa em C A S A, a primeira imagem, as primeiras sensações, temperatura, aromas e sabores, estão vinculados à cozinha. O resto da casa vem depois.
Fiquei pensando quais eram as primeiras sensações que me acorrem quando penso C A S A: a primeira é minha esposa, a Nancy. Em seguida o quarto de nosso apartamento que usamos como nosso escritório, onde estão nossos dois computadores e a maior parte de nossos livros. E seguida, nossas gatinhas, a Miadóra e a Shy. Isto para mim é casa.
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