Temos pelo menos uma coisa em comum: vivemos correndo. E a maior parte do tempo corremos atrás de duas coisinhas bem pequenas: os ponteiros do relógio. E correr atrás deles significa correr atrás do tempo.
Sabe por quê? Porque a gente não pode perder tempo. O tempo não para. O tempo voa. O tempo passa. O tempo é curto.
Por outro lado, uma das coisas que permite que a gente viva em sociedade é a coordenação em função do tempo. É o fato de todos nós vivermos no mesmo tempo.
06:30 no Prado Velho, é 06:30 no Capão da Imbuia. Meia-noite no Mossunguê é meia-noite no Bacacheri.
E isto faz com que a vida da gente tenha, pelo menos, uma aparência de ordem. Não é fácil viver assim, mas pelo bem comum todo mundo cede um pouquinho. Cada um de nós faz um esforço e procura estar nos compromissos, seja trabalho ou lazer, no horário combinado. Todos nós tentamos, a maior parte do tempo, ser pontuais.
E isto é, no mínimo, uma questão de respeito. Se marcam um almoço de domingo com a família para 12:30 e um dos parentes chega no horário, outro chegou 08:00 da manhã e já foi embora e um terceiro só chega 12:30 de segunda, a coisa não vai dar certo.
E o mesmo acontece em sala de aula. Mas parece que cerca de 30 pais de alunos da Escola Estadual Moysés Lupion, em Antonina, no litoral do PR, não concordam. Estão revoltados com a direção do colégio pois agora está sendo cobrado que seus filhos cheguem no horário. Não estão pedindo nada absurdo, só que cumpram sua parte neste acordo com a sociedade: que sejam pontuais.
Li em um jornal da capital nesta semana em que a diretora desta escola, Marigel Machado, afirma que vinha advertindo certa de 100 alunos de diversas turmas, que atrasam até 40 minutos. Os atrasados, claro, perturbam a turma inteira. Certos professores são obrigados a atrasar até a aplicação de provas por causa dos retardatários.
E a mãe de um aluno que afirmou: Não acho certo que meu filho tenha que sempre chegar no horário, ele pode atrasar-se por vários motivos. Sou contra isto.
Legal. Belo exemplo que esta senhora está dando. Minha senhora, lembre-se disso quando ele chegar atrasado no vestibular e for reprovado. Lembre-se disso quando ele chegar atrasado no emprego e for demitido.
Quando a senhora ficar velha e doente vamos torcer para que o médico que vai atender a senhora tenha tido uma educação um pouquinho diferente.
Ou ele vai chegar atrasado nas suas consultas, vai chegar atrasado na sua cirurgia e provavelmente vai chegar atrasado quando a senhora tiver aquela parada cardíaca e precisar de atendimento de emergência.
E vamos esperar que o seu enterro saia no horário.
Se bem que para o seu filho isto não vai fazer muita diferença, não é?
Ele vai chegar atrasado mesmo.
No coments.
Parece que alguém quer simplismente que o mundo continue do jeito que está, onde não passamos de números e que por esses próprios números sejamos controlados.
de acordo!
Esta ideia de subverter o tempo embora absurda não é toda má, há tanta incoerência na regra que talvez burlando as mais básicas venha a se encontrar alguma ordem.
Caro Fabinho, o senhor tem que escrever mais e mais. Adorei o nogócio do enterro.
Abraço. Sei que estou devendo uma visita e um certo presente, mas prometo que assim que der eu levo.
Olá Fábio, a coisa aqui em casa tá tão feia que adotamos o cronômetro. hahaha
foi aqui que li um post sobre a morte, sobre o que acontecer e tal? salvei o link, mas o post não aparece mais, queria ver de novo! se foi aqui, por favor, me responda, ou me manda o texto? obrigado! 😉
Engraçado a questão do tempo, para quem espera 1 minuto é uma eternidade, para quem se atrasa 1 minuto passa muito rápido, para quem cola 15s já garantem a resposta correta, para quem está para morrer 1 minuto é a diferença entre vc estar ou não estar mais. Adorei o txt! Bjo!
Vejamos antes qual a preocupação desta senhora! É dificil conviver com esta realidade a qual nos encontramos, cheia de horários;
a televisão dita o horário, o relógio no celular, todostem celular – equipamentos importados por sinal, pq todos compram? Sera que esta snehora tinha celular? Aonde ele via o horário, num relogio de cozinha? No cume da igreja, perguntava pra alguem as horas quando era parada pelo boneco vermelho do semáfaro? Perguntava pro filho ver no celular? E o filho, queria saber das horas? Sera que ele não achava a escola chata, um saco – assim como todos que ali se atrasava
Parou por quê? Por quê parou?
Finalmente estou de volta. Já não era sem tempo! Já estava na hora!! rs,rs,rs
abraço grande