Alguma vez na sua vida você já teve que fazer dieta para emagrecer? Não estou falando daqueles três ou quatro dias de regime depois das festas de final de ano para perder um quilinho extra por causa da ceia de Natal. Estou falando em dieta séria, com orientação de médico especializado, sem tomar aqueles remédios que deixam a gente dopado, com pesagens semanais e todo o choro e ranger de dentes que acompanham este tipo de situação por mais de um ano.
Não? Nunca fez? Você é uma daquelas pessoas que come o que passa pela frente e o corpo simplesmente ignora e segue em frente, esperando a próxima refeição? Você tem um metabolismo que encara 200 brigadeiros, uma folha de alface ou um bifinho na chapa da mesma forma? Então conte suas bênçãos. Você faz parte daquele percentual da humanidade que tem um problema a menos. Um grande problema a menos.
Estou cansado de fazer regime. Faz muito tempo que não como uma boa refeição sem aquela sensação de culpa. Sem ficar pensando no peso, sem me preocupar com a saúde, com a pressão, o colesterol, os triglicerídios e, claro, com a balança. Naquela maldita e móvel escala da balança que, a cada semana, resiste bravamente os meus apelos e o meu esforço para baixar, diminuir, cair, sair, sumir da minha vida. Ela não se comove com o meu sofrimento. Ela adora aqueles números altos, no meu caso já chegaram (no passado) até três dígitos. Consegue imaginar?
Meu peso máximo foi, alguns anos atrás, 121 quilos. Insuportável. Tinha constantes dores nas costas e nas pernas, dormia mal, ao dar três passos já ficava ofegante e a pressão alta me presenteava diariamente com fortes dores de cabeça. Minha vida era um inferno. Então comecei, de novo, um regime. É só começar a, polidamente, recusar a primeira sobremesa que colocam na minha frente e parece que as pessoas decidem tirar você do caminho. Claro que não é por mal. Oferecer um doce para uma pessoa é oferecer carinho. Mas para um gordo em regime, cada vez que isto acontece, é um sofrimento. Quantas vezes já não ouvi: mas só um pedaço não vai fazer diferença. Pois saiba que faz diferença sim.
Se você é magro e não sabe, e se você é gordo e ainda não tinha se tocado, saiba de uma coisa: o açúcar está para a gente como o álcool está para o alcoólatra. É um vício. Conscientize-se e trate-se como um viciado, um alcoólatra, um dependente químico. Não tome a primeira dose. Não fume o primeiro baseado. Não cheire a primeira carreira. Não injete o primeiro hit de heroína. Não coma o primeiro bombom.
E isto não é influência do filme Trainspotting. Não é liberdade poética nem literária. É a realidade da vida de grande parte da população. Na Inglaterra o governo percebeu que gastava mais com problemas cardíacos, vasculares e de coluna por causa da obesidade de certa parcela da população do que cuidando de vítimas da violência ou da AIDS. Resultado: está tratando o problema da obesidade como uma epidemia. Como conseqüência, está economizando e melhorando a qualidade de vida e a longevidade das pessoas.
No meio tempo, como o inverno pede (implora…) comidas calóricas, o dia a dia tem sido difícil. É por isto que, face ao meu comportamento dos últimos dias, e depois da lata de leite condensado que cozinhei ontem à noite (oito minutos depois que a panela de pressão começa a fazer psssssss…) sou obrigado a, publicamente, reconhecer que tenho um problema.
Sou viciado naquele maldito pó branco… açúcar. E não só na forma pura, mas em qualquer variante industrializado: doce de leite, chocolate (branco ou preto), bombom (com ou sem recheio) cocada, sorvetes em geral (com ou sem cobertura… melhor com…), goiabada, doces em calda, frutas em calda… e a lista não termina mais.
A situação é delicada, especialmente porque é a minha saúde que está em jogo. Praticamente todos os óbitos na minha família, por gerações, estão relacionados a problemas cardíacos. Preciso me cuidar. Preciso muito me cuidar. Mas espere um pouco que já volto. Tocou a campainha e deve ser o entregador da pizza. E a pizza é grande, claro. Com bacon, claro. Com cerveja, claro. Com uma enorme sobremesa, claro. De mousse de chocolate… escuro.
Meu caro Fabio,
Solidarizo com vc em relação ao seu tormento não por ter o mesmo problema mas pq perdi meu pai numa situação em que envolvia sua forma física.
Meu pai sempre foi do tipo gordinho. Não chegava a ser obeso mas era suficiente para ter problemas cardíacos.
Após a aposentadoria de sua carreira militar ele emagreceu imediatamente e sem controle. Praticamente de um mês para o outro ficou magro. Isso seria ótimo não tivesse ele desenvolvido diabetes.
Após uma crise dessa doença ele partiu.
Mas não é pra falar sobre isso q iniciei esse comentário. Queria te encorajar a tentar o esporte q adotei para manter minha forma física: o Squash. Nele vc perde entre 800 e 1000 calorias em uma hora de jogo!
E, pra começar, não existe o pré-requisito de se ter um corpinho de atleta. No clube onde jogo existem vários “gordinhos” q jogam melhor q eu!
Além de fazer perder peso essa atividade esportiva melhora muito o condicionamento cardio-vascular.
Outra vantagem q vejo no Squash está relacionado ao divertimento q proporciona e condicionamento físico num curto espaço de tempo. E, como todos sabemos, tempo é algo valioso!
Verifique junto ao seu médico a possibilidade de vc começar a praticá-lo. E, quem sabe um dia, venhamos a jogar umas partidinhas juntos?
Cara, eu tenho um peso normal pra quantidade de coisas que eu como, mas faço idéia porque quando era criança eu precisei fazer dieta… foi horrível.
Espero que vc esteja melhor das dores.
achei esse site muito interessante e acho que essa é a realidade, os gordos sofrem com essa tortura e acho que devem ter uma alimentação saudável.
Valeu por tudo
parabéns
Lú Alves