Todos os posts do dia de hoje são dedicados a uma experiência. Como último trabalho do último bimestre do último ano do curso de jornalismo, o professor de Webjornalismo pediu que nossa equipe criasse um site de notícias na internet. Uma vez que seria praticamente impossível atrair tráfego para um site em tão pouco tempo, optamos por disponibilizar os textos em um site já existente, com a finalidade de tentar atrair alguns comentários sobre as matérias.
Unicenp – Josiane Azevedo (4º ano) – Jornalismo
Qualquer semelhança é mera coincidência
Filme de Spike Jonze leva para as telas a ficção da vida de pessoas reais
O medo de um roteirista: a falta de inspiração; o desejo latente de uma jornalista da metrópole: a paixão; o sonho de um caçador de orquídeas: encontrar a raridade. O destino dos personagens: envolverem-se na trama criada pelos irmãos Charlie e Donald Kaufman, dirigida por Spike Jonze.
O filme Adaptação, baseado no livro O ladrão de orquídeas, best seller da escritora Susan Orlean, apresenta um roteiro que leva a vida de seus criadores para dentro da tela. O interessante é ver como a realidade se mistura com a ficção. Os personagens principais são: o criador de orquídeas John Laroche, vivido por Chris Cooper, ganhador do Orcar 2003 como melhor ator coadjuvante; a jornalista Susan Orlean (Meryl Streep); os irmãos gêmeos e roteiristas Charlei e Donald Kaufman (Nicolas Cage).
A forma encontrada para a adaptação do livro foi contar a própria adaptação do livro. Para isso, os irmãos Kaufman mostram o drama de um roteirista de Hollywood, por não conseguir criar um enredo cinematográfico para o best seller. Charlei Kaufman, o personagem, passa noites em claro tentando fazer seu trabalho. Enquanto isso, seu irmão Donald o agoniza contando como seu projeto de filme está evoluindo devido a um curso de roteiro.
Depois de ver seu prazo esgotado e a realização de seu irmão, Charlei resolve deixar sua timidez e sua baixa-estima de lado e pede ajuda. A partir desse momento, a história parece deixar o plano real. Com o apoio de seu irmão, os dois roteiristas tentam descobrir o que a escritora e jornalista Susan não publicou em sua obra. E as páginas seguintes do livro O ladrão de orquídeas começam a ser escritas pelos Kaufman, traçando um novo final para a história.
O roteirista Charlei, da vida real, e o diretor Spike já trabalharam juntos antes. Eles são os criadores do alternativo filme Quero ser John Malkovich, isso também é mostrado em Adaptação. Parece que é uma característica dos dois, proporcionar a chance de dar um novo rumo para a vida das pessoas. Em John Malkovich, os personagens podem entrar na mente do ator e experimentar a vida dele.
A solução encontrada pelos irmãos Kaufman, talvez tinha sido a mais óbvia, porém a menos utilizada. Por que não adaptar um livro, contando a história da sua própria adaptação e entre uma cena e outra, inserir críticas? Uma das mais aparentes, refere-se ao cinema de massa. Enquanto o personagem Charlei esforça-se para fazer um roteiro com um bom texto, com inovação e informação, seu irmão Donald, segue “os dez mandamentos para se fazer um bom roteiro”, ensinado em um cursinho express.
A idéia de Donald é rodar um filme de ação, com perseguição de carros, tiros, briga, atores famosos, o diferencial estaria na crise de identidade de seu personagem principal, que ora é bom e ora é mau. Charlei, indignado, finge que ouve seu irmão. O roteiro aceito é aquele que todos já estamos acostumados a ver, o produzido na fôrma da indústria.
A construção do personagem de cada irmão mostra a rotulação dos integrados ao sistema e dos que buscam fugir disso. Donald é o conquistador, sempre cercado por amigos, mulheres, uma pessoa falante e sorridente, seguro de si. Já o outro, é considerado um “estrangeiro”, uma pessoa fechada em seu mundo, anti-social, um palerma, um nerd, extremamente inseguro, por achar que não faz parte deste mundo.
Para muitos que gostam de filme de fôrma, talvez, a essência de Adaptação passe desapercebida. E o único lado engraçado desta comédia, será as desgraças de Charlei.
Trabalho de Webjornalismo
This entry was posted in jornalismo. Bookmark the permalink.