Policiais corruptos, políticos vendidos, médicos que matam, advogados que extorquem, funcionários públicos venais. Deveria haver uma disposição no Código Penal especial para casos assim.
Por exemplo: está sendo noticiado que aqui, no Paraná, na cidade de Campo Largo, o juiz da Infância e Juventude participava de orgias com menores em uma chácara. Não vou dar o nome do fulano pois as investigações ainda não terminaram. Estão envolvidos ainda empresários e policiais.
O que fazer com gente assim? O que fazer com quem trai a confiança do grupo social que lhe confia a guarda de um bem, no caso, nosso maior bem, nosso futuro, as crianças?
Punição Exemplar
Cuspida na cara
Que o Bush ia “ordenhar” o Iraque até a última gota de algo aproveitável, ninguém tinha dúvida. A forma que ele adotou para fazer isto foi “lotear” o país sob a desculpa de promover a reconstrução do país.
Em um dos editoriais da Folha de São Paulo de hoje (não há como fazer link), “Ação entre amigos”, fica clara a política de favorecimentos. Não estão sendo feitas licitações. O Centro para a Integridade Pública, que fica em Washington, publicou um estudo onde se fica sabendo quais são as 70 empresas e indivíduos que estão sendo, como bem diz o Editorial, “contempladas” com contratos. São empresas e pessoas que contribuíram financeiramente para a campanha presidencial do Bushinho.
O que choca é a atitude de “faço sim e daí?” que este cowboy de asfalto está adotando. Dick Cheney concorreu à vice-presidência, ao lado de Bush. Antes comandava a Kellog (não, acho que não é a dos sucrilhos) Brown & Root, uma subsidiária da gigante Halliburton.
O maior contrato concedido até agora foi de US$ 2,3 bilhões. E, claro, vc adivinha para quem. Exato: Kellog, Brown & Root.
O editorial termina: “Guerras são uma excelente oportunidade para transformar verbas públicas em lucros privados. O governo Bush parece estar levando essa máxima ao paroxismo”.
Resumindo: ele está cuspindo na cara da Onu, do mundo, da minha e da sua.
Foi dito…
… por Aluíso de Paula:
O tempo da vida é o tempo de um dia.
Foi dito…
… por Clair Cardoso (leu não lembra onde):
Quase sempre os espíritos não são espíritas.
Sem pressa
Esqueça este papo de fast food. Hoje em dia o conceito é “Slow Food”. Veja este email que recebi.
Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food
International Association – cujo símbolo é um caracol, tem sua base na
Itália (site).
O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber
devagar, saboreando os alimentos, “curtindo” seu preparo, no convívio com
a família, com amigos, sem pressa e com qualidade. A idéia é a de se
contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de
vida.
A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base
para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week em sua última edição européia. A base de tudo está no
questionamento da “pressa” e da “loucura” gerada pela globalização, pelo
apelo à “quantidade do ter” em contraposição à qualidade de vida ou à
“qualidade do ser”.
Segundo a Business Week os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas, (35 horas por semana) são mais produtivos que seus colegas
americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram
uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada
menos que 20%. Essa chamada “slow attitude” está chamando a atenção até
dos americanos, apologistas do “Fast” (rápido) e do “Do it Now” (Faça Já).
Portanto, essa “atitude sem-pressa” não significa fazer menos, nem menor
produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais
“qualidade” e “produtividade” com maior perfeição, atenção aos detalhes e
com menos “stress”. Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do “local”, presente e
concreto – em contraposição ao “global” – indefinido e anônimo.
Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos
prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé. Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais “leve” e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de “qualidade sem-pressa” até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da “qualidade do ser”?
No filme “Perfume de Mulher”, há uma cena inesquecível, em que um
personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela
responde: “Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos…”.
“Mas em um momento se vive uma vida” – Responde ele, conduzindo-a num
passo de tango. E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme. Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam
quando morrem enfartados, ou algo assim. Para outros, o tempo demora a
passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que
é o único tempo que existe.
“Tempo” todo mundo tem, por igual. Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon: “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”.