Blogar

Eu não conseguia postar desde fevereiro. Montes de problemas. O provedor onde o blog estava hospedado era terrível, estava com muito trabalho, estava terminando minha pós-graduação e, mais recentemente, graves problemas de saúde com meu pai tiraram completamente do mapa a possibilidade de blogar.
De lá para cá, só mudou uma coisa: o provedor. A Nancy (ela também vai voltar em breve) arrumou tudo para mim e atualizou o MovableType.
Não posso mais ficar longe daqui. Sinto falta do contato com os amigos, das trocas de idéias, do crescimento pessoal. Sinto falta da disciplina que é blogar todos os dias. Sinto falta de organizar pensamentos.
Para mim, blogar é como respirar: necessário.
Voltei.

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Tenho orgulho de ser brasileiro?

É uma pergunta que me faz pensar. Lembrei de um sábado à noite, ano passado, em pleno governo FHC, em casa. Eu estava “estudando” um show de uma boy band qualquer na MTV. Em um intervalo, foi exibida uma propaganda do Governo Federal sobre “ter orgulho do Brasil”. Mostravam, possivelmente em algum ponto da Amazônia, um avião sobrevoando um rio no meio da mata. Em seguida Maracanã lotado; Teatro (esqueci o nome) de Manaus; criança em um balanço com a bandeira brasileira na mão; Jardim Botânico em Curitiba, Cristo Redentor, edifícios na Avenida Paulista, praias do Nordeste e de SC, ponte Rio Niterói, churrascada e gaúchos. E claro, samba, muito samba. A propósito, odeio este estereótipo.
A propaganda era uma bela e bem acabada seqüência de cenas do Brasil inteiro, para que nenhum de nós se sentisse excluído. É o “país continente” exibindo todas as suas riquezas naturais e algumas de suas mais belas obras arquitetônicas.
Mas o maior peso da propaganda não recai sobre o que brasileiros fizeram para o Brasil ser o que é hoje. Praias, Cataratas do Iguaçú, rios em florestas não foram feitos por nós. Foram feitos (na falta de um nome ou termo mais apropriado) por Deus. E do que é que estamos nos gabando? Estamos levando o crédito pelo trabalho de um terceiro, que ao que tudo indica, só estava sendo gentil, amoroso e bom.
E nós? Do que é que nós, nascidos do lado de dentro de nossas fronteiras, podemos nos gabar de estar fazendo? Você se orgulha de ter nascido aqui? Se a sua resposta foi “não”, o que é que você está fazendo para mudar isto?
“Mas estes políticos são uns ladrões, safados…” . Claro que são. E você tinha dúvida quando votou naquele que você votou? Não se iluda. Nem ele se salva. Não importa se ele é da linha do “rouba mas faz”. O que importa é que ele rouba e não que ele faz. Assim, esqueça esta coisa de confiar em político e pare de depositar o seu (o nosso) futuro nas mãos e na (falta de) consciência e moral de uma pessoa que você não conhece.
Faça a sua parte. Dê o exemplo. Em cada ato que você praticar na sua vida pense na sua conseqüência. Tudo está encadeado. Tudo faz parte do todo. Se você nâo xinga o motorista que, sem querer deu uma fechada, o problema parou ali. Se você persegue o cara e envolve a mãe dele no problema, você deixou de fazer a sua parte.
Se você estuda para uma prova, orgulhe-se. Tire uma nota boa e vê para casa mais cedo no final do ano. Se você cola, você até sai da escola, mas você vai carregar este peso com você o resto da sua vida, pois o banco escolar que você está (estava) usando, poderia estar sendo ocupado por outra pessoa, que faria melhor do que você. Que pelo menos poderia estar tentando fazer melhor.
Se no mercado dão dinheiro a mais no troco, você devolve ou fica com ele? Devolvendo, estufe o peito. Se orgulhe. Pegando o dinheiro, não pense que você lesou um conglomerado multinacional de alimentos, mas sim que aquela pessoa do caixa é que vai ter que repor a grana que provavelmente não fará a menor diferença para você.
Você bebe nos finais de semana e sai zoando pela cidade? Briga e depois nem lembra porque brigou? Fura sinal? De madrugada você acelera e sai cantando pneu em sinaleiro de área residencial? Esvazia extintor de incêndio em travesti? Xinga prostituta? Quebra orelhão? Que prazer você tem nisto? Coloca bomba em caixa de correio? Você se orgulha de chegar na segunda-feira na escola, trabalho ou faculdade e contar que fez estas coisas? Cara, não se orgulhe. Você não tem motivo.
Não acho que precisamos passar todos os finais de semana em asilos, leprosários e favelas. Se bem que pelo menos às vezes fazer isto ajudasse a moldar o nosso caráter, mas vamos pensar um pouco mais nas pessoas que estão à nossa volta. E não pense que o político que você votou pensa em você ou lembra que vc existe. Ele está concentrado naquela coisa que está engordando: a conta bancária. Quanto a vc, pense naquela pessoa que está perto. No cara que pega todo dia, no mesmo horário, o mesmo ônibus com você. No seu colega de sala. No menino que traz a correspondência na sua firma. Pense na sua família. Faça a sua parte.
Antes de nos orgulharmos de ser brasileiros, ou paranaenses, ou curitibamos, ou desta ou daquela família, vamo-nos orgulhar de ser humanos. Mas para isto, sejamos humanos. Lembre do que um grande filósofo já disse: quando se morre, o único “título” que a gente “leva” conosco, é o de homem bom. Todo o resto fica aqui.
É claro que minha respiração fica curta e rápida quando vejo imagens de esportistas agitando a “nossa” bandeira. É claro que desejo que o Barriquelo ganhe. É claro que ver a seleção (de qualquer modalidade esportiva) ganhar me faz bem. É claro que torço pelo Guga. É claro que quero ser feliz, ter um pouco de dinheiro sobrando no final do mês, viajar de vez em quando, beber cerveja com os amigos, saborear um bom vinho naquele bom restaurante, trocar de carro (pelo menos de vez em quando), comprar DVDs, ter livros, dar presentes… mas fico pensando se me orgulho do que faço. Eu tento. Às vezes dá vontade de perseguir aquele motorista que me deu a fechada. Que pensar então da quarta ou quinta pessoa que fez o mesmo nos últimos 50 minutos? Claro. CLARO QUE SIM! Eu também sindo vontade de envolver a mãe da pessoa na confusão. E CLARO que já fiz isto. Claro que já persegui um guri inconseqüente e bêbado, uma perua absolutamente egoísta e cega para tudo no mundo. Claro que mandei gente assim para todos aqueles lugares. Mas não me orgulho disto. Foi errado. Já persegui uma vez um motorista que depois percebi ser um grande amigo meu, que percebeu o erro e pediu desculpas. Ele pode sentir-se orgulhoso.
Sempre que você reage violenta ou agressivamente é como se a outra pessoa houvesse tocado uma nota musical e você estivesse subindo uma oitava. Todos nós sabemos que quando se xinga alguém no trânsito, ou no restaurante porque pegaram sua mesa, ou o funcionário público que fez uma bobagem, você está fazendo com que o conflito escale e, em 99% das vezes, nós NÃO estamos MESMO com intenção de provocar uma briga ou matar a outra pessoa. Só o que a gente quer é “ensinar uma lição” para a pessoa.
Porra meu, quem somos nós para querer fazer isto? Não podemos ambos estar errados? É claro que sou favorável a você lutar por seus direitos. Eu o faço, com unhas, dentes e advogados, se for necessário. Mas só quando é necessário. Coisas como discussões no trânsito, crianças chorando porque seu pai está desmaiado na calçada porque puxou briga com um cara errado, esposas brigando com seus maridos para que parem, maridos muitas vezes instigando brigas me fazem pensar: prá que? Para contar na segunda-feira para os amigos? E isto sem contar que os amigos podem muito bem estar na mesma segunda-feira no seu enterro, se você fizer uma bobagem muito grande.
Mas, resumindo, eu me orgulho. Da minha família. Da minha cidade, meu estado, meu país. De ser humano. Sim, eu tenho orgulho de ser brasileiro. E não me importa o que os políticos façam ou deixem de fazer. Se, sem conhecer a opinião da maioria, alguns deputados vão dar apoio a Saddam Husseim e esquecem de levar um intérprete… esquecem até de levar junto alguém que fale inglês para o encontro com outros políticos europeus, tudo bem. Se senadores roubam, vamos derrubá-los. Já fizemos isto com um presidente! Imagine como será fácil com qualquer outro “funcionário” público, seja ele presidente, vereador ou um carimbador de documentos. Mas o que temos que manter em mente é o grupo. Pense em si, mas projete para todos. Faça a sua parte. Eu conheço centenas de pessoas que estão fazendo a sua.

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Vender armas? Eu?

Em 10 de janeiro de 2001 (nossa… este blog já tem mais de dois anos de vida) fiz um post com o conteúdo abaixo:
“The United States Army spent twelve million dollars to design bullets that are based on tungsten composites rather than lead, because they are healthier. Production will begin soon supplementing the 200 million lead 5.56mm bullets that are fired annually by the M16 rifle which is standard issue to all branches of service. Unfortunately the new improved bullets are sixteen times more expensive than lead ones, but why trifle about price when soldiers can feel better about themselves while killing the enemy in an environmentally safe manner.”
Ontem fizeram este comentário:
“REF: CAL. 5.56MM BULLET QUANTITY: 4,000,000EA”
Acho que fui confundido com um comerciante ilegal de armas.

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BO – CC

Sabe aquele cheirinho que certas pessoas exalam e que normalmente está associado à falta de banho? Em inglês se chama “BO” – body odor, ou seja, odor corporal. Até aí tudo bem. As iniciais coincidem. Mas e na nossa amada língua pátria? A expressão utilizada para se referir aos membros daquele não tão exclusivo clube, pelo menos aqui em Curitiba, é “CC”.
Fiz várias permutações de palavras, mas não consegui chegar à nenhuma conclusão. Coisas como: cara catinguento – curitibano craquento… alguma idéia?

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A Tese do Coelho

Recebi esta pelo email. Quem mandou foi o Aclélio Rocha. Pode parecer engraçadinho, mas no fundo, acho que é verdade. O texto é providencial nessa hora de escolha do projeto de final de curso e da monografia de pós-graduação.
A TESE DO COELHO
Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca, com o “notebook” e ps-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali uma raposa, e viu aquele suculento coelhinho t^~ao distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
– Coelhinho, o que você esta fazendo ai, tão concentrado?
– Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
– Hummmm… e qual e o tema da sua tese?
– Ah, e uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
– Ora!!! Isso e ridículo!!! Nos e que somos os predadores dos coelhos!
– Absolutamente! Venha comigo a minha toca que eu te mostro minha prova
experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois… silencio. Em seguida, o coelho volta, sozinho e mais uma vez retoma aos trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente a cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda e resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
– Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
– Minha tese de doutorado, seu lobo. E uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nos, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve com a petulância do coelho:
– Ah! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto e um despropósito. Nós, os lobos, e que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Alias, chega de conversa…
– Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro.
Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e… silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de
redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.
Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, palitando os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua
teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos
conceitos lógicos;
5. O que importa é QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE…

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