Entendi.

É engraçado pensar a frase: “conhecei hoje um amigo”.
Claro. A ordem natural das coisas diz que primeiro existem pessoas que não se conhecem. Passam, então, de alguma forma a conviver. Tornam-se conhecidos. Com o tempo, tornam-se amigos.
Mas este maravilhoso braço de humanidade que é a internet, bem como suas ferramentas (email, ICQ, Blogs) conseguem subverter (no bom sentido) a ordem das coisas ao ponto em que é possível dizer que, uma pessoa que nunca vi, pode ser meu amigo.
A Nancy e eu tivemos hoje um aprova de que isto pode ser verdade. Depois de meses de longas e boas conversas hoje jantamos com o Cassio, nosso (bom) amigo.

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O que mais a femove?

No século passado (sem exagero) a Nancy e eu íamos morar no interior do estado. Mais precisamente na região rural da cidade da Lapa.
Ao longo dos sete anos que durou nosso calvário para comprar uma propriedade e construir uma casa naquele… bem… lugar (vou ser delicado), presenciamos cenas, comportamentos e atitudes inacreditáveis.
Perto do lugar onde estávamos construindo existe um ponto que é mais do que simplesmente a intercessão de duas estradas. É um ponto onde a razão abandona o curso da história e a fé cega conduz o viajante para um beco sem saída.
Para quem decida ir da Lapa para Quitandinha (59 km da capital) usando a Estrada do Peripau, que passa ao lado da represa da Sanepar, 10 minutos depois de sair do asfalto vai encontrar um lugar chamado Campo de Telha. São três casebres de madeira do lado esquerdo da estrada e uma construção de alvenaria plantada ali, no meio do nada, como se sua única finalidade fosse dividir a estrada em duas.
Quem continua pela estrada principal, depois de muitas curvas, fazendas e buracos, chega em Quitandinha. Em seguida, encontra uma estrada asfaltada onde o viajante pode escolher o caminho que desejar. Depois das muitas outras curvas, o mundo.
Quem decide seguir pela estradinha à direita, vai subir um morro. São poucas as curvas, a distância não assusta e, apesar de ser um aclive, a promessa da vista lá do alto, serve de estímulo. Mas, e depois da rápida jornada e da vista bonita? Mato fechado. Não existe mais estrada. Não existe opção. Só a promessa de uma vista bonita pelo resto da vida e, claro, a possibilidade do viajante escolher pular do alto do morro.
A edificação de alvenaria na Estrada do Peripau costumava ser uma escola rural. Ainda se pode ler em uma das paredes, meio apagado – Escola Rural Municipal Monteiro Lobato – Lapa, ao lado de um gigantesco ninho de marimbondos.
O senhor João Maria, morador de uma das casas vizinhas da ex-escola, disse que ali “ninguém aprendia nada”. É o mesmo relato que se ouve em tantos lugares do Brasil: uma sala de aula, um professor e alunos de todas as séries misturadas. Fica claro porque ninguém aprendia nada. Em meados de 1999 a “escolinha”, como era conhecida na região, fechou.
Funciona ali agora, aos domingos, uma escola de catequese. As mesmas crianças agora contam somente com o ensino religioso. Não importa mais a matemática, a história, a geografia, a literatura e a língua portuguesa. Não importam mais as ciências. “Prá que isto tudo? A gente tem a fé. Interessante notar que os bancos onde os alunos se sentavam estão de costas para o quadro negro e de frente para uma mesa onde senta a pessoa responsável pela catequese.
Claro. Por que aprender? Por que conhecer? Por que entender? Raciocinar? Deduzir? Perguntar? Questionar? Não. A fé resolve tudo. Fé cega. Fé que cega. A imposição de dogmas sempre foi a maneira mais fácil de dominar as pessoas. Isto é feito desde a idade média. Retire a cultura, retire a instrução, retire a capacidade de pensar. Este é o terreno fértil para os dogmas. Mas falta ainda ministrar doses generosas de medo, culpa e a noção de pecado. E então só o que falta é dizer que, “apesar de tudo, existem pessoas e ensinamentos que livram você do sofrimento, da dor, da angústia… do medo e do pecado”.
São pessoas que têm a coragem de dizer que todos nascemos impuros. Pecadores. Estigmatizados. Sujos. Pervertidos e afastados da luz e da verdade. E quem é que pode resolver nosso problema? Eles, é claro.
Um ditado popular afirma que a natureza detesta o vácuo. As autoridades abriram o espaço, fugiram às suas responsabilidades. Natural que “aventureiros lançassem mão” daquela posição. No Campo de Telha, às vezes, vem um ônibus para levar as crianças para estudar na cidade. Mas o local que ajudava a conferir ao Campo de Telha um senso de comunidade, de direção, de trabalho conjunto, não existe mais.
Aquelas pessoas não lutam mais pela cultura e pelo desenvolvimento do raciocínio. Agora eles têm a fé. Eles têm a bela vista do alto do morro. Mas algumas das pessoas já estão percebendo que a estrada os está conduzindo por um caminho onde cada vez mais o mato está se fechando. Eles estão percebendo que devem abrir os olhos, ou sequer poderão desfrutar da bela vista do alto do morro que, pelo que ouvem na ex-escola, está lá somente para os escolhidos.
É claro que deve haver ensino religioso. Mas ele não deve ser um conjunto de regras a ser seguido cegamente. Não existem dogmas, só fatos não explicados. O conhecimento gera responsabilidade e a solução para este problema se encontra neste binômio. Não existe só uma estrada, como não existe um detentor da verdade. Todas as crenças são aspectos, variações, tonalidades da Grande Verdade. Deus seria muito mesquinho se permitisse que toda a humanidade pudesse compreender sua grandeza e ter um vislumbre de sua beleza e variedade do alto de somente um morro. Existem colinas, serras, montanhas, cerros, montes, outeiros…

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SPAM NUNCA MAIS!!

Isto aqui vai parecer um infomercial, mas preciso dar ênfase no que estou sentindo.

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SPAM

Cansei de clicar naqueles links “Se não quiser receber mais mensagens clique aqui” e receber mensagem dizendo que o endereço indicado é inexistente.
Semana passada coloquei todos os emails de SPAM que recebi. Foram mais de 30. TRINTA!! Saco. Então decidir adotar uma atitude “pro-active”. Não vou divulgar os endereços destes chatos incompetentes, mas seus nomes vão agora brilhar nos céus do Pensagens. Chega se ser aporrinhado.
E aqui vai o primeiro da semana. Se pelo menos fosse alguma coisa útil… Não vou deixar aqui na “capa” o nome deles exposto, ou estaria trabalhando para eles. Clique no LEIA MAIS para ver.

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Baixando a poeira

A situação por aqui está começando a acalmar. Mas só começando. Sei que não existe desculpa para não atualizar o Pensagens mas faltou tempo e energia. O mouse pesava 216 toneladas e meu teclado estava cimentado pelo cansaço.
Mas aconteceram algumas coisas muito boas:
Chegou o meu Palm 130. Estou apaixonado por ele. Para minhas necessidades é perfeito. É incrível o que ele faz.
Para a disciplina de Cinema, no jornalismo, tivemos que filmar um curta metragem com características do expressionismo alemão. Escrevi o roteiro e ajudei na produção. O Acléio dirigiu e a Isabele Neri iluminou e fotografou. A Isa editou sozinha o filme ontem. Não pudemos ajudar. Vou ver hoje à noite.
A Renata Voltolini e o Carlos Augusto de Oliveira foram os atores mas produziram, montaram figurino e fizeram maquiagem. Gente para quem não existe tempo ruim e em quem a competência e a dedicação são marcantes. Carlos, se algum dia vc passar por aqui, agradeça em meu nome para sua mãe pelo catering. Só o que salvou minha vida foi aquele café com leite, quentinho como amor de mãe, lá pelas 05:00 da manhã, quando a temperatura estava em torno de 3 graus e a gente estava preparando uma cena externa.
Apesar da satisfação, foi uma maratona da qual os meus quase 40 anos ainda estão se ressentindo. Mas a maratona começou ainda na sexta-feira. Estava discutindo detalhes da concepção e do roteiro com o Aclélio e, quando a gente percebeu, estávamos nos aproximando do mais descarado plágio de um outro curta feito por um amigo nosso.
Abandonamos tudo e voltei para o computador. Mas para me preparar para uma avaliação do módulo de Literatura na pós-graduação. Um dos temas centrais da avaliação seria o livro “Pós-escrito ao Nome da Rosa” do Eco. A prova tinha 10 questões. No início o professor deixou claro: Não quero dez respostas, quero 10 ensaios. Foi do cacete! Das 19:00 até quase 23:00. Cheguei em casa tão cansado que não lembrava o nome da esposa.
Manhã de sábado. Frio. Como um zumbi liguei o computador. Mas o roteiro acabou saindo. Terminei ali pelas 10:00, mandei para os outros membros da equipe e nos encontramos 16:00 horas. Nos mandamos lá para perto do zoológico, em uma chácara de uma família tradicional paranaense, cujo nome, por motivos óbvios, será mantido em segredo. Filmanos na casa. Meu carro (Ka) estava arriando de tanto equipamento que levamos. A Renata e o Crlos tinham quatro mochilas de roupas para cobrir as 29 cenas.
Fora um ou outro problemina técnico, especialmente de áudio por causa das manobras de trens na região, foi tudo bem.
OFF THE RECORD – Tivemos que pedir permissão para os fantasmas da casa para fazer a filmagem, pois as cenas não apareciam na fita mini dv. Não pergunte como e eu não conto como. Depois que pedimos permissão, tudo voltou ao normal. Mas das 24 fotos que tirei da produção, só saíram 14. Coincidência?
Ali pelas 02:00 da manhã de domingo eu já estava chamando urubu de meu louro, mas fomos até o final. 05:45, gelado, com fome e sono, mas satisfeito, o último “corta” foi dito pelo Aclélio.
Até carregar tudo, levar as outras pessoas, chegar em casa, comer alguma coisa, dar um abraço na Nancy , e desmaiar na cama, o relógio da sala estava batendo 08:00 horas. Estas puxadas de 25 horas de duração são gostosas, mas o corpo cobra. Levantei para almoçar, mais zumbi do que nunca e depois dormi até quase 19:00 horas. Mas adorei. Queria fazer isto com mais freqüência.
Na segunda prova de Teoria Política (Maquiavel, Dante e outros babados), na terça entregar 11 textos para a disciplina de Redação Jornalística III e fazer prova sobre o livro “As Cidades Invisíveis” do Calvino.
Hoje, de novo zumbi, decidi que não poderia mais negligenciar o Pensagens, apesar do debate sobre cinema e aprova de espanhol de hoje.
Ainda não falei no trabalho, nas coisas paralelas, nos planos. Todas coisas maravilhosas que estão acontecendo. E sabe do que mais? Chega de reclamar de cansaço. Como bem lembrou o professor Alexandre Castro, coordenador do curso de jornalismo do Unicenp: Tancredo Neves dizia que para descansar, teremos a eternidade. Então, mãos à obra.
Mas no meio tempo, férias… please…

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