World Trade Center
Dizer o que? Talvez começar indicando a galeria de fotos do Washington Post. Em seguida gostaria de dar o testemunho pessoal de algumas coisas que aconteceram aqui em Curitiba. Encare como a minha galeria de fatos. Pessoas transtornadas em busca de edições especiais de jornais. Um idiota, dono de banca de jornal, com um sorriso imenso no rosto dizendo: amanhã vou vender jornal prá cacete. Um imbecil, que em seis meses estará formado em um curso de jornalismo, dizendo por email: calma, a coisa não é tão grave assim, fique frio. Pessoas tentando sacar dinheiro em agências bancárias sendo informados que “tudo o que existia já foi sacado”. Pessoas correndo para supermercados para fazer compras e ter uma reserva de comida. Um comunicado no site de internet banking do HSBC dizendo: A gravidade dos eventos ocorridos nos Estados Unidos nas últimas horas deixou os mercados em pânico. Como não poderia deixar de ser, as informações até o presente momento são muito desencontradas, o que contribui para aumentar ainda mais o nervosismo dos investidores. Embora a intensidade dos desdobramentos políticos e econômicos dos eventos de hoje não possam ser previstos com segurança nas atuais circunstâncias, não há dúvidas quanto à sua direção: ela é claramente negativa. O aumento da tensão internacional daí decorrente, por uma série de fatores, tende a agravar a fragilidade da economia americana e mundial, colocando ainda mais pressão sobre os mercados emergentes, entre os quais o Brasil. No momento atual, os mercados estão digerindo as informações disponíveis, o que inevitavelmente leva a uma correção para baixo dos preços, pelo menos até o momento em que os mercados estiveram funcionando. O fechamento dos mercados nesses momentos é a alternativa mais sensata a se tomar, a fim de ser evitar uma sensação de pânico que tornaria a situação ainda mais grave. Nossa recomendação para os clientes locais nesse momento é que MANTENHAM A CALMA E EVITEM DECISÕES PRECIPITADAS. Mais uma vez, a intensidade dos eventos não pode ser prevista nas circunstâncias atuais. De qualquer maneira, é normal que os mercados reajam de maneira excessiva diante disso. ALTERAÇÕES DE POSIÇÕES DE INVESTIMENTO, PORTANTO, SÃO MUITO ARRISCADAS. Meu pai, meu próprio pai, para quem liguei aterrorizado e quase chorando, disse: Que nada, não exagere, isso não afeta a gente, está acontecendo lá no outro lado do mundo, não faça drama. Expliquei tantas vezes para tantas pessoas os possíveis desdobramentos dos eventos de hoje, não não tenho vontade, nem forças, de escrever aqui mais nada. As pessoas não se importam. Não têm capacidade de faxer as necessárias deduções e chegar às mais óbvias conclusões. A maioria do povo brasileiro é absolutamente infantil. Pouco conseguem produzir além de um “Nossa, viu que explosão?” para imediatamente mudar de assunto para um jogo de futebol qualquer. E os jornalistas brasileiros, da Globo e da Record (estes eu vi pessoalmente), falando as maiores barbaridades para o público. Dizendo que os americanos estavam atacando o Afeganistão, em uma mais do que absurda demonstração da maior falta de profissionalismo e incompetência que já vi na vida. Às vezes tenho vergonha de ser brasileiro. Desde já, tenho vergonha de que um dia eu também serei jornalista.
World Trade Center Dizer o
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